quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Cangaceiro

Horas e horas esperando na fila e nada de emprego. Será que ainda restam chances para um cangaceiro qualquer como eu? Num mundo perdido como esse, nem usar roupa de couro me cabe mais, sinto falta dos cactos do meu sertão.
Ao andar um dia pela rua da cidade, um policial correu até mim erguendo sua arma e sua algema. Não era uma arma de fogo igual a minha. Ele gritou: “Vai pra cadeia agora pirata desgraçado!” No sentimento de ameaça tirei o meu punhal e arranquei sua cabeça fora. Algumas pessoas olharam para mim e falaram: “Moço, faz três por dez?” Realmente não sabia o que queriam dizer, mas pareciam não dar a mínima para um corpo de um policial morto no meio da rua.
Vaguei por muitos lugares tentando achar algum bando para me juntar. A última coisa a qual eu procurei foi da indicação de uns cabras que andavam por aí. Me falaram de um chamado favela, e que a “melhor” estava no Rio de Janeiro. Cheguei lá com as melhores das intenções. A primeira coisa que eu vi foi uma guerra a qual pensei em entrar, mas já tinha gente demais dando jeito naquilo. Pelo menos era o que as pessoas de roupa preta de caveira que estavam mortas no chão me diziam.
Teve um dia que me apareceu um trabalho. Tal político vestia terno preto e gravata listrada. Disse ele: “Faça-me um serviço e lhe pagarei bem.” Fiquei interessado e perguntei-lhe: “Quem eu devo matar?” Ele mostrou-me a foto e seu nome. “Só por curiosidade... quem é o cabra?” “Meu concorrente”.

Deborah Pelacani Cruz 8A

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